Pesquisa colaborativa: potencialidades e limitações da cartografia social participativa

Resumo

Este artigo descreve o potencial e as limitações da cartografia social participativa a partir de sua aplicação em duas cooperativas na região de Valparaíso, Chile: o primeiro, relacionado com a produção de vinho natural e o segundo, dedicado à comercialização de produtos alimentares e não alimentares. Nestes exercícios metodológicos, nos quais o mapeamento coletivo desempenhou um papel central, os pesquisadores e atores passaram por quatro etapas fundamentais: desenho, definição de objetivos, implementação e análise. Para alcançar os resultados, foi necessário desenvolver sessões presenciais e virtuais, adequando a metodologia não só às necessidades e dinâmicas internas das cooperativas, mas ao contexto da pandemia COVID-19. Na comparação dos resultados, fica evidente a importância das técnicas cartográficas sendo desenvolvidas considerando os ritmos e particularidades de cada uma das organizações. Conclui-se que a relevância da construção colaborativa do conhecimento está baseada na participação horizontal, no diálogo e na interdisciplinaridade, dimensões fundamentais para este tipo de pesquisa colaborativa. Com este texto, problematiza-se o vínculo entre quem investiga e as organizações, ao mesmo tempo em que se discute como a aplicação da cartografia social participativa contribui para o debate sobre a relação território-pesquisa por sua natureza coletiva, situada, dinâmica e criativa. Sob tal premissa é possível construir uma visão compartilhada do território.